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Preços da habitação em Portugal continuam em ascensão

Os preços da habitação em Portugal continuaram a aumentar, em cerca de 7,6%, no terceiro trimestre de 2020, em plena pandemia da CoViD-19.
03 fev 2021 min de leitura
Fonte: www.idealista.pt
 
03 fevereiro 2021, 4:18

Os preços da habitação em Portugal continuaram a aumentar (7,6%) no terceiro trimestre de 2020, em plena pandemia da Covid-19, mas a um ritmo mais lento que o verificado nos últimos tempos. E em Lisboa verificou-se mesmo uma redução do preço mediano de venda das casas em termos homólogos (-1,8%). Em causa estão dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira (2 de fevereiro de 2021), que permitem ainda concluir que há zonas do país onde a subida dos preços é mais notória: em algumas regiões do interior.

“No terceiro trimestre de 2020 (últimos três meses), o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.168 euros por metro quadrado (€/m2). Este valor representa uma redução face ao segundo trimestre (-1,6%) mas um aumento relativamente ao terceiro trimestre de 2019 (+7,6%). A evolução da taxa de variação homóloga entre o segundo e terceiro trimestre de 2020, de 9,4% para 7,6%, evidencia a desaceleração do ritmo de crescimento dos preços da habitação, tal como no trimestre anterior”, conclui o INE.

Foram quatro sub-regiões NUTS III, entre 25, que registaram um preço mediano de alojamentos familiares acima do valor nacional – Algarve (1.806 €/m2), Área Metropolitana de Lisboa (1.650 €/m2), Região Autónoma da Madeira (1.332 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.264 €/m2) – e as taxas de variação homóloga mais expressivas do país: +7,7%, +10,6%, +12,2% e +13,7%, respetivamente.

“Tendo como referência os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, entre o segundo e terceiro trimestre de 2020, em nove houve desaceleração dos preços superior ao padrão nacional (-1,8%), destacando-se a Amadora (-9,3%), Cascais (-8,9%) e Lisboa (-8,1%). Lisboa foi o único dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes com contração homóloga dos preços da habitação (-1,8%). Os municípios de Almada (+12,5%), Porto e Funchal (ambos com +10,5%) registaram os maiores ritmos de crescimento dos preços entre o segundo e terceiro trimestre de 2020”, lê-se no boletim.

Em 10 destes 24 municípios com mais de 100 mil habitantes ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação, seis dos quais pertenciam à Área Metropolitana de Lisboa e um à Área Metropolitana do Porto (Matosinhos). 

O INE adianta que, no período em análise, 47 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, municípios esses localizados sobretudo nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios) e Área Metropolitana de Lisboa (15 em 18). 

“O município de Lisboa (3.375 €/m2) registou o preço mais elevado do país. Verificaram-se também valores superiores a 1.500 €/m2 em Cascais (2.747 €/m2), Oeiras (2.312 €/m2), Loulé (2.226 €/m2), Lagos (2.018 €/m2), Porto (2.016 €/m2), Odivelas (1.958 €/m2), Albufeira (1.951 €/m2), Tavira (1.924 €/m2), Faro (1.758 €/m2), Loures (1.753 €/m2), Lagoa (1.720 €/m2), Almada (1.695 €/m2), Funchal (1.686 €/m2), Vila Real de Santo António (1.656 €/m2), Amadora (1.611 €/m2), Matosinhos (1.584 €/m2), Aljezur (1.578 €/m2), Portimão (1.520 €/m2) e Silves (1.512 €/m2), mais dois municípios que no trimestre anterior”, conclui o INE.

Freguesias de Lisboa à lupa

No terceiro trimestre de 2020 (últimos 12 meses), a cidade de Lisboa apresentou o preço mediano de alojamentos familiares mais elevado (3.375 €/m2), entre as sete cidades com mais de 100 mil habitantes. Já Vila Nova de Gaia destacou-se por registar o maior crescimento face ao período homólogo (+13,1% vs. +10,1% em Portugal) e o Porto por registar o maior crescimento face ao trimestre anterior (+5,8% vs. +2% em Portugal).

Lisboa, tal como em trimestres anteriores, voltou a registar um crescimento homólogo inferior ao nacional, verificando-se uma desaceleração do crescimento homólogo dos preços desde o quarto trimestre de 2018. Face ao 2º trimestre de 2020, a taxa de variação homóloga diminuiu em quatro cidades: a cidade da Amadora registou a maior diminuição (-5,1%) e Lisboa a menor (-1,7%). 

Os dados do INE permitem ainda concluir que seis das 24 freguesias de Lisboa registaram uma contração homóloga dos preços da habitação: Ajuda, Campo de Ourique, São Vicente, Avenidas Novas, Beato e Marvila.

“No terceiro trimestre de 2020 (últimos 12 meses), três das 24 freguesias de Lisboa registaram preços medianos de venda de alojamentos superiores a 4.500 €/m2: Santo António (5.540 €/m2) – que inclui a Avenida da Liberdade e áreas adjacentes –, Santa Maria Maior (5.372 €/m2) – que inclui a área do Castelo e Baixa/Chiado – e Misericórdia (4.963 €/m2) – que inclui a área do Bairro Alto e do Cais do Sodré”, adianta o INE.

Já as freguesias Santa Maria Maior, Estrela, Santo António, Misericórdia, Arroios e Alvalade registaram, simultaneamente, um preço mediano acima do valor da cidade de Lisboa (3.375 €/m2) e taxas de variação, face ao período homólogo, mais expressivas que a verificada na cidade (+5,3%).

“As freguesias de Santa Clara, Beato, Olivais, Benfica, Marvila, Penha de França, Ajuda, Campolide, Alcântara, Carnide, São Vicente e São Domingos de Benfica registaram, no terceiro trimestre de 2020, preços e taxas de variação inferiores aos da cidade de Lisboa, destacando-se deste conjunto as freguesias de Ajuda (-8,1%), São Vicente (-4,9%), Beato (-3,6%) e Marvila (-2,8%), por registarem uma diminuição dos preços de habitação face ao período homólogo. Além destas quatro, também freguesias com preços superiores aos da cidade registaram redução dos preços da habitação face ao período homólogo: Campo de Ourique (-5,6%) e Avenidas Novas (-4,6%)”, lê-se no documento.

Freguesias do Porto à lupa

No caso do Porto, no terceiro trimestre de 2020 (últimos 12 meses), a União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, a União de freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos e a União de freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória destacaram-se, entre as sete freguesias, por apresentarem, simultaneamente, um preço mediano (2.787 €/m2, 2.416 €/m2 e 2.326 €/m2, respetivamente) acima do valor da cidade do Porto (2.016 €/m2) e uma taxa de variação homóloga (+15,5% e ambas com +15,3%, respetivamente) superior à observada na cidade (+11,9%). 

De acordo com o INE, a União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde registou o preço mediano mais elevado, entre as sete freguesias da Invicta. Já as freguesias de Ramalde, Bonfim e Campanhã registaram, simultaneamente, um preço mediano (1.745 €/m2, 1.972 €/m2 e 1.297 €/m2, respetivamente) e uma variação homóloga (+4,1%, +7,2% e +10,9%, respetivamente) inferiores aos valores verificados na cidade do Porto.

“A freguesia de Paranhos registou, no terceiro trimestre de 2020, um preço mediano (1.847 €/m2) inferior ao da cidade do Porto e uma taxa de variação, face ao período homólogo (+17,9%), superior à registada na cidade. No período em análise, e tal como em trimestres anteriores, a freguesia da Campanhã registou o menor preço mediano (1.297 €/m2) e a freguesia de Paranhos destacou-se por apresentar a maior taxa de variação face ao período homólogo (+17,9%)”, conclui o INE.

Subida de preços superior a 30% no interior

Os dados divulgados pelo INE mostram ainda que há zonas do país onde a subida dos preços (medianos) das casas é mais notória. Falamos de zonas localizadas no interior. Um “fenómeno” que poderá estar relacionado com a crise pandémica, optando as pessas por outro tipo de viva, mais “rural”. 

De acordo com o instituto, o preço das casas aumentou mais de 20% em 25 municípios e mais de 30% em 32 municípios, sendo que neste último caso quase todos se encontram nas regiões do Alentejo (10), Norte (10) e Centro (oito). 

Foi em Oleiros, na região centro, que se registou a maior subida: o preço mediano de venda mais que duplicou num ano, entre o terceiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020, tendo passado de 210 euros para 460 euros por m2. Segundo as contas do Jornal de Negócios, que se apoia nos dados do INE, verificou-se o mesmo em Mértola, no Alentejo: o preço mediado das casas aumentou de 291 para 566 euros por m2.

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